Patrícia Mattos, Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência (PROVE) – UNIFESP, Brazil

Esta atividade oferece (1) uma breve revisão sobre os conceitos de dissociação no campo do trauma e sua relação com transtornos pós-traumáticos. (2) Apresenta uma proposta de dissociação peritraumática partindo da descrição de pacientes (estudo qualitativo). (3) Justifica, a partir desta proposta e suas possíveis bases neurofisiológicas, o uso do Brainspotting como possibilidade de intervenção terapêutica. (4) Ilustra o tema com breves vinhetas clínicas. A dissociação peritraumática tem sido considerada um elemento importante para o desenvolvimento de transtornos pós-traumáticos, mas não há consenso quanto a seu conceito. Para melhor compreender a dissociação peritraumática, examinamos entrevistas de 8 pacientes que sofreram violência urbana até 1 mês após o evento traumático. As alterações relatadas foram codificadas em (A) suas impressões relativas ao mundo interno (a unidade mente/ corpo), (B) aos objetos e ao meio externo, (C) e sobre as impressões de terceiros. A dissociação peritraumática foi elaborada como uma incapacidade da síntese entre estímulos emergentes do meio interno e do meio externo, incluindo o fluxo espaço-tempo, mesmo com ferramentas cognitivo-perceptuais íntegras. Esta síntese dá à consciência a qualidade de coerência e significado para totalidade perceptiva, possibilitando a existência, e está relacionada ao sistema tálamo-cortical. O Brainspotting é uma possível intervenção para a resolução do trauma e a restauração dessa síntese, através de um processamento tálamo-cortical eletrofisiologicamente coerente.
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